“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Os melhores do ano

    O ano do 105º aniversário de Manoel de Oliveira, assinalado em Portugal pela morte do poeta António Ramos Rosa (1924-2013), foi também negativamente marcado entre nós pelo encerramento de 5 (cinco) salas de cinema em Lisboa. 
     Os filmes estreados ficaram, em geral, aquém das expectativas, apesar de algumas surpresas e excepções, que se concentraram no final do ano. Desse modo, aqui proponho os 10 melhores filmes do ano, avisando que não vi tudo o que estreou (longe disso), até porque, para piorar a situação já de si lastimável, filmes houve que estiveram uma ou duas semanas em cartaz - outros, e dos melhores, nem sequer isso. São eles os seguintes:
1. A Propósito de Llewyn Davis/Inside Llewyn Davis, de Joel e Ethan Coen (2013);
2. Fausto/Faust, de Alexandr Sokurov (2011);
3. Like Someone in Love, de Abbas Kiarostami (2012);
4. China - Um Toque de Pecado/Tian zhu ding, de Jia Zhang-ke (2013);
5. Django Libertado/Django Unchained, de Quentin Tarantino (2012);
6. Venus de Vison/La venus à la fourrure, de Roman Polanski (2013);
7. Hannah Arendt, de Margaretta von Trotta (2012);
8. Noutro País/Da-reun na-ra-e-seo/In Another Country, de Hong Sang-soo, (2012); 
9. A Rapariga de Parte Nenhuma/La fille de nulle part, de Jean-Claude Brisseau (2012);  
10. Blue Jasmine, de Woody Allen (2013).
                    
    O ano cinematográfico acabou por ser salvo pela reposição em sala de dois filmes fundamentais do japonês Yasujiro Ozu (1903-1963), "Viagem a Tóquio"/"Tôkiô Monogatari" (1953) e "O Gosto do Saké"/"Sanma no aji" (1962), e pelo acontecimento que é o lançamento de "A História do Cinema - Uma Odisseia"/"The Story of Film - An Odissey", do crítico, historiador e realizador irlandês Mark Cousins (2011), que trabalha muito bem, para todas as audiências, cronologicamente e com as boas ligações para a história e dentro do cinema, uma área antes explorada criativamente por Jean-Luc Godard. Com omissões evidentes que o ponto de vista adoptado e a escassa duração com que lida (15 horas) explicam, este é um trabalho notável, pelo qual felicito o seu autor e que aconselho a todos.
       Tendo deixado passar os principais festivais de cinema portugueses (IndieLisboa, DocLisboa, Lisbon & Estoril Film Festival) por absoluta falta de tempo livre mesmo para eles, consegui apenas ver alguma coisa do que de mais interessante estreou e recuperar em dvd alguns filmes que não tiveram estreia comercial, o que já não foi mau. Espero que também para o cinema português o próximo ano seja melhor.
                                              Votos de Feliz Ano Novo para 2014.

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