“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Os melhores de 2014

      O ano de 2014 que agora termina foi um ano muito bom de cinema em Portugal. À cabeça porque foram estreados ou foram repostos em sala mais 2 (dois) filmes do japonês Yasujiro Ozu, 6 (seis) filmes do indiano Satyajit Ray, já no final do ano 2 (dois) filmes de Charles Chaplin, de quem passou em 2014 o centenário da actividade no cinema - a edição de 10 (dez) filmes+livros que o jornal Público lhe dedicou, embora eventualmente bem intencionada é mais comercial do que histórica pois deixa de fora as curtas-metragens iniciais -, enquanto a edição dvd de 17 (dezassete) filmes de Ingmar Bergman, depois do ciclo que com grande sucesso lhe foi dedicado em sala, foi outra boa ideia
       As estreias em sala foram marcadas por uma qualidade média invulgar, acima do habitual, o que é de saudar embora torne mais difícil a escolha dos melhores filmes do ano. Mas se há ano relativamente ao qual não tenho dúvidas na escolha dos melhores filmes do ano é 2014 - um ano assinalado pela morte dos cineastas Alain Resnais (1922-2014) e Harun Farocki (1944-2014), das actrizes Lauren Bacall (1924-2014), Virna Lisi (1936-2014) e Luise Rainer (1910-2014), dos actores Philip Seymour Hoffman (1967-2014) e Robin Williams (1951-2014), do crítico, historiador e programador, também argumentista e realizador finlandês Peter von Bagh (1943-2014), dos poetas Vasco Graça Moura (1942-2014) e Manoel de Barros (1916-2014).
                     
          Com a nota de que não vi tudo, eis a minha escolha dos 10 melhores filmes do ano:
          1. "Cavalo Dinheiro", Pedro Costa (2014);
          2. "Boyhood - Memórias de Uma Vida"/"Boyhood", Richard Linklater (2014);
          3. "A Emigrante"/"The Immigrant", James Gray (2014);
          4. "Ciúme"/"La jalousie", Philippe Garrel (2013);
          5. "Mapas para as Estrelas"/"Maps to the Stars", David Cronenberg (2014);
          6. "Amar, Beber e Cantar"/"Aimer, boire, chanter", Alain Resnais (2013);
          7. "O Acto de Matar"/"The Act of Killing", Joshua Oppenheimer (2012);
          8. "A Imagem que Falta"/"L'image manquante", Rithy Panh (2013);
          9. "Mr. Turner", Mike Leigh (2014);
         10. "Grand Budapest Hotel"/"The Grand Budapest Hotel", Wes Anderson (2014).
         De forma muito positiva, o ano de 2014 foi assinalado em Lisboa pela reabertura do Cinema Ideal com uma programação seleccionada e exigente, o que me cumpre aqui saudar e apoiar.
                                                Feliz Ano Novo de 2015 para todos.

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