“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

domingo, 17 de novembro de 2013

Duas exposições valiosas

      Estão neste momento patentes em Lisboa duas importantes exposições comemorativas, para as quais me permito aqui chamar a atenção.
    Para comemorar os seus 30 anos de existência, o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian organizou no seu espaço a exposição "Sob o Signo de Amadeo. Um Século de Arte". Com curadoria de Isabel Carlos, Ana Vasconcelos, Leonor Nazaré, Patrícia Rosas e Rita Fabiana, aí estão em exibição obras de um grande número de artistas modernos portugueses e de alguns estrangeiros, o que torna esta exposição representativa do melhor da arte moderna e contemporânea portuguesa, e também internacional. 
                     título desconhecido (Clown, Cavalo, Salamandra)
       O valioso catálogo "100 Obras da Colecção do CAM" (2010), com a participação de uma nova geração de investigadores de História da Arte, permite, para já, um melhor acesso a uma mostra muito significativa, sobretudo enriquecida pela vasta secção dedicada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso, muito completa, variada e modelar, apresentada mesmo como o seu acervo completo, que permite avaliar com justeza e em toda a sua extensão o seu papel fundador no modernismo português e o seu lugar de destaque na arte do Século XX. Um importante ciclo de conferências completa esta exposição, patente até 19 de Janeiro de 2014.
      Por sua vez, para a comemoração dos seus 20 anos, a Culturgest organizou a exposição "O sentido da deriva", em que apresenta obras de arte moderna de diversos tipos e em diferentes suportes pertença da Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Nesta exposição que, com curadoria de Bruno Marchand, inclui obras de nomes muito significativos da arte pós-moderna, destaco, ao fundo do espaço à esquerda do visitante quando entra, uma série de 10 fotografias a preto e branco de Jorge Molder intitulada "Inox", provas de gelatina sal de prata, de 1995, que por si só justifica a visita.
                     Jorge Molder
       Esta exposição, patente na Culturgest até 11 de Janeiro de 2014, tem muitos outros grandes nomes da arte contemporânea portuguesa e inclui um núcleo expositivo no Porto. Além disso, a Livraria da Culturgest em Lisboa merece também uma visita atenta.
     Pela sua variedade e pertinência, estas são duas exposições muito recomendáveis, que assinalam neste momento de maneira especial um panorama museográfico habitualmente interessante como é o lisboeta. Pelas efemérides respectivas e pela qualidade da respectiva comemoração felicito o CAM e a Culturgest. (Créditos fotográficos Colecção do CAM/FCG e Soraia Silva.)

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