“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

domingo, 29 de maio de 2016

Feira do Livro

    Continuo sem ver televisão portuguesa e sem ler jornais portugueses, salvo o Público à sexta-feira por causa do Ípsilon. Nem sequer é por causa da coisa Ípsilon, que é estimável e me permite manter actualizado na informação e crítica cultural, mas por causa da "Estação Meteorológica" em que, semanalmente, o António Guerreiro me dá motivos para pensar neste país dado a uma actualidade sempre passada e perdida depois de selvaticamente explorada. 
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    Leio quando posso e quanto posso os livros que me interessam, sempre com uma grande limitação por causa do pouco tempo livre que tenho - estou a acabar "Conquistadores - Como Portugal Criou o Primeiro Império Global", de Roger Crowley (Lisboa: Presença, 2016) e "Uma Causa Improcedente", de Claudio Magris (Lisboa: Quetzal, 2016), que vos aconselho -, e vou por isso à Feira do Livro de Lisboa comprar o que, interessando-me, é problemático que tenha tempo para ler - o costume há muitos anos. Vou comprar, por exemplo, o último livro traduzido em português do irlandês John Banville, "A Guitarra Azul" (Porto Editora, 2016), porque é um escritor que me interessa há muito, e os livros da Ana Margarida de Carvalho, que dizem ser mais do que um mero fenómeno genético ("filha de peixe...", rebéubéu...). E vou continuar a dedicar-me às literaturas nórdicas e bálticas, que são muito boas e me interessam cada vez mais.  
                                  * 
   Num tempo em que o visual substituiu o escrito, continuo a ler por prazer e por dever, e a ver coisas de que nem sempre gosto. O mundo vai como vai, o país também, e na "zona de protecção" que para mim próprio tenho de criar assim vou indo. Façam como eu: leiam o António Guerreiro à sexta-feira (de caminho, também o Miguel Esteves Cardoso e o Bartoon, pelo menos - o Público é um bom jornal) e vão à Feira do Livro. 
   Mas aqui devo neste momento felicitar calorosamente o Manuel Alegre pelos três importantes prémios literários que lhe foram recentemente atribuídos com a maior justiça, o que me sinto autorizado a dizer porque, numa cumplicidade antiga, com ele mantenho sempre a leitura em dia.

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