A revista francesa "Positif", criada nos anos 50 e arquirrival dos "Cahiers du Cinéma", o que é muito positivo, sempre se destacou não apenas pela crítica mas pelos dossiers, sobre cineastas ou temáticos, que cada um dos seu números inclui. Sempre a preto e branco até há pouco tempo, quando passou a ser editada pelo Institut Lumière, o que lhe permitiu adoptar a cor nas reproduções fotográficas, esta é uma revista de referência internacional que sempre praticou uma saudável independência.
O que justifica esta referência à "Positif", que não é a primeira que aqui lhe faço, é o seu nº 641/642, de Julho-Agosto de 2014, em que, depois de um significativo dossier sobre os 100 anos de Charlot no mês anterior, inclui um importante dossier sobre os directores de fotografia do cinema e a cor. Com antrevistas extremamente pertinentes (Mark Lee Ping Bing, Darius Khondji, Vilmoz Zsigmond, Peter Suschitzky) este dossier dirigido por Hubert Niogret, com pesquisa icinográfica do próprio e de Christian Viviani, que conta com a participação de Michel Ciment, nome de referência da revista, é absolutamente exemplar no modo como, da teoria à prática, cobre toda a problemática da fotografia e da cor no cinema.
É mesmo por este motivo que, num tempo em que toda a gente fala e lê o inglês, eu insisto nas publiacações de cinema francesas, em que se pode continuar a encontrar o que em nenhum outro idioma é acessível sobre cinema. Embora as minhas preferências intelecuais e afectivas sempre tenham estado com os "Cahiers", sempre li com a atenção e o respeito, que ela merece, a "Positif", que aqui num número duplo muito especial especialmente recomendo. Sobre todas as cores em todas as épocas do cinema, convocando presente e passado nesta questão tão importante numa arte eminentemente visual como o cinema é.
Como se se tivessem combinado, os "Cahiers du Cinéma dedicam o seu nº 702, de Julho-Agosto de 2014, à questão da luz e aos directores de fotografia no cinema, num dossier igualmente indispensável e que faz perfeitamente as honras á tradição e à reputação da revista. "No princípio há a luz, depois o quadro, depois os actores, depois a história" (Vilmos Zsigmond).
Ampliando a questão e indo à sua origem, de acordo com a sua própria história, depois do erotismo em 2012 e do amor dos actores em 2013 no âmbito de uma nova estratégia de "desmontagem das «taras» do cinema contemporâneo" os "Cahiers" mostram neste seu novo número de Verão, em que entrevistam Janusz Kaminski, Vilmos Zsigmond, Dion Beebe, Larry Smith, Claire Mathon, Daniel Landin, Manuel Alberto Claro, Sean Price Williams, que não é fruto do acaso o prestígio de que continuam a gozar, agora sob a direcção muito esclarecida de Stéphane Delorme, que daqui saúdo.
Mas uma vez que estou a falar de publicações de cinema, chamo também a atenção para a "Trafic", também francesa, fundada em 1992 por Serge Daney e Jean-Claude Biette, uma revista semestral com um outro objectivo histórico e teórico, que nos seus últimos números dedica dossiers muito bons a John Carpenter (nº 89, Primavera de 2014) e Budd Boetticher (nº 90, Verão 2014). Depois de hitchcock-hawksiano posso ser identificado, com razão, como boetticher-carpenteriano (o que é perfeitamente compatível e congruente), e como tal fiquei muito satisfeito e recomendo, até porque um cineasta tão na moda como Quentin Tarantino se ufana da influência do mestre do western da Série B e também do mestre do filme de terror contemporâneo.
Ampliando a questão e indo à sua origem, de acordo com a sua própria história, depois do erotismo em 2012 e do amor dos actores em 2013 no âmbito de uma nova estratégia de "desmontagem das «taras» do cinema contemporâneo" os "Cahiers" mostram neste seu novo número de Verão, em que entrevistam Janusz Kaminski, Vilmos Zsigmond, Dion Beebe, Larry Smith, Claire Mathon, Daniel Landin, Manuel Alberto Claro, Sean Price Williams, que não é fruto do acaso o prestígio de que continuam a gozar, agora sob a direcção muito esclarecida de Stéphane Delorme, que daqui saúdo.
Mas uma vez que estou a falar de publicações de cinema, chamo também a atenção para a "Trafic", também francesa, fundada em 1992 por Serge Daney e Jean-Claude Biette, uma revista semestral com um outro objectivo histórico e teórico, que nos seus últimos números dedica dossiers muito bons a John Carpenter (nº 89, Primavera de 2014) e Budd Boetticher (nº 90, Verão 2014). Depois de hitchcock-hawksiano posso ser identificado, com razão, como boetticher-carpenteriano (o que é perfeitamente compatível e congruente), e como tal fiquei muito satisfeito e recomendo, até porque um cineasta tão na moda como Quentin Tarantino se ufana da influência do mestre do western da Série B e também do mestre do filme de terror contemporâneo.
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