"The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros"/"The Monuments Men", de George Clooney (2014), é um filme muito bom e bem feito em que, na linha dos filmes que dirigiu anteriormente, o conhecido actor/cineasta dá muito bem conta do seu talento, colocando-o de novo ao serviço de uma boa causa. Só há pouco tempo pude ver o seu primeiro filme como realizador, "Confissões de Uma Mente Perigosa"/"Confessions of A Dangerous Mind" (2002), que não conhecia e em que se anunciava já um cineasta muito talentoso, com perfeito domínio das regras da boa construção de um filme (sobre Clooney, ver "Nos bastidores da política", 14 de Setembro de 2012).
Como noutros dos seus filmes tem acontecido, em "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" ele não chama deliberadamente a atenção para o seu trabalho como realizador para colocar em destaque o filme propriamente dito e a sua narrativa. De facto, a missão que tem a seu cargo a equipa que Frank Stokes/George Clooney reúne é da maior importância: já na parte final da II Guerra Mundial, recuperar os tesouros artísticos de que os nazis, nomeadamente o seu líder, se tinham indevida e abusivamente apropriado.
Reunindo um grande cast, o cineasta constrói o seu filme de forma segura e desenvolta, ciente de que ali o que verdadeiramente interessa são as obras de arte definidoras de uma civilização e de diversas culturas que se trata de recuperar e tirando o melhor partido da imagem cinematográfica de cada um dos actores, incluindo de si próprio.
Resolvendo muito bem os principais momentos do filme e o filme no seu todo em termos elípticos, em "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" mais do que o chamado filme de guerra George Clooney recupera a urgência e a intransigência com que grandes cineastas americanos, como George Stevens e Sam Fuller, filmaram a abertura dos campos de concentração e de extermínio e a libertação dos prisioneiros quando da invasão da Alemanha nazi pelas forças aliadas no final de guerra.
Como, por exemplo", em "Os sete Magníficos"/"The Magnificent Seven", de John Sturges (1960), não se trata para o cineasta de aprofundar a psicologia das personagens ou de explorar a sua vida privada mas de mostrá-las em movimento, em acção, de James Granger/Matt Damon a Claire Simone/Cate Blanchett, passando por todos os outros - Richard Campbell/Bill Murray, Walter Garfield/John Goodman, Jean-Claude Clermont/Jean Dujardin, nomeadamente. Ao fazê-lo (dar primacialmente as simples personagens em movimento) Clooney dá-nos aquilo que é mais importante onde mais interessa, e ao tornar discreta a relação entre James e Claire torna-a muito mais directa, aberta e por isso mesmo sugestiva na activa dinâmica envolvente.
Sendo um filme muito bom, "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" revela-se um filme muito importante e oportuno por fazer ressurgir a questão de que trata, evitando que ela caia no esquecimento, o que é justamente problematizado no seu final com a questão: uma obra de arte vale o preço de uma vida humana, a que Clooney responde como actor, como co-argumentista e como realizador. As ondas de choque que o filme ainda hoje provoca, e tem provocado com a revelação da descoberta recente de obras de arte ainda desaparecidas na mesma época e pelo mesmo motivo, mostram a sua inteira pertinência.
Baseado no relato de factos verídicos, tratados detidamente no livro de Robert M. Edsel e Brett Witter, este é um filme que vivamente recomendo. Ainda hoje aquela é a causa pela qual todos nos batemos: a liberdade de criação artística e o dever de preservar o património artístico da humanidade, não importa a que preço, mesmo o do esquecimento.
Como noutros dos seus filmes tem acontecido, em "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" ele não chama deliberadamente a atenção para o seu trabalho como realizador para colocar em destaque o filme propriamente dito e a sua narrativa. De facto, a missão que tem a seu cargo a equipa que Frank Stokes/George Clooney reúne é da maior importância: já na parte final da II Guerra Mundial, recuperar os tesouros artísticos de que os nazis, nomeadamente o seu líder, se tinham indevida e abusivamente apropriado.
Reunindo um grande cast, o cineasta constrói o seu filme de forma segura e desenvolta, ciente de que ali o que verdadeiramente interessa são as obras de arte definidoras de uma civilização e de diversas culturas que se trata de recuperar e tirando o melhor partido da imagem cinematográfica de cada um dos actores, incluindo de si próprio.
Resolvendo muito bem os principais momentos do filme e o filme no seu todo em termos elípticos, em "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" mais do que o chamado filme de guerra George Clooney recupera a urgência e a intransigência com que grandes cineastas americanos, como George Stevens e Sam Fuller, filmaram a abertura dos campos de concentração e de extermínio e a libertação dos prisioneiros quando da invasão da Alemanha nazi pelas forças aliadas no final de guerra.
Como, por exemplo", em "Os sete Magníficos"/"The Magnificent Seven", de John Sturges (1960), não se trata para o cineasta de aprofundar a psicologia das personagens ou de explorar a sua vida privada mas de mostrá-las em movimento, em acção, de James Granger/Matt Damon a Claire Simone/Cate Blanchett, passando por todos os outros - Richard Campbell/Bill Murray, Walter Garfield/John Goodman, Jean-Claude Clermont/Jean Dujardin, nomeadamente. Ao fazê-lo (dar primacialmente as simples personagens em movimento) Clooney dá-nos aquilo que é mais importante onde mais interessa, e ao tornar discreta a relação entre James e Claire torna-a muito mais directa, aberta e por isso mesmo sugestiva na activa dinâmica envolvente.
Sendo um filme muito bom, "The Monuments Men - Os Caçadores de Tesouros" revela-se um filme muito importante e oportuno por fazer ressurgir a questão de que trata, evitando que ela caia no esquecimento, o que é justamente problematizado no seu final com a questão: uma obra de arte vale o preço de uma vida humana, a que Clooney responde como actor, como co-argumentista e como realizador. As ondas de choque que o filme ainda hoje provoca, e tem provocado com a revelação da descoberta recente de obras de arte ainda desaparecidas na mesma época e pelo mesmo motivo, mostram a sua inteira pertinência.
Baseado no relato de factos verídicos, tratados detidamente no livro de Robert M. Edsel e Brett Witter, este é um filme que vivamente recomendo. Ainda hoje aquela é a causa pela qual todos nos batemos: a liberdade de criação artística e o dever de preservar o património artístico da humanidade, não importa a que preço, mesmo o do esquecimento.