"Bubble" é um filme com já quase uma década (2005) que não teve estreia comercial entre nós e em que Steven Soderbergh se dedica a um dos seus exercícios mais pessoais, que tem alternado com filmes mais comerciais (ver "De primeira água", 11 de Fevereiro de 2012, "Bom tema, bom filme", 10 de Junho de 2012, e "Jogo fatal", 10 de Março de 2013).
Passado entre operários de uma fábrica de bonecas no Midwest, local inusitado que o marca decisivamente, entre eles o filme destaca e segue um triângulo improvável: a gorda Martha/Debbie Doebereiner, o instável Kyle/Dustin Ashley e a recém-chegada Rose/Misty Wilkins, com uma filha de 2 anos, que se vem intrometer na amizade que os liga. Interpretado por não-profissionais, tudo se joga na sobriedade expressiva dos actores e na dinâmica sóbria mas muito expressiva da realização.
Explicando o menos possível sobre a motivação de cada um, "Bubble" deixa muito maior espaço ao espectador para, na fresta aberta entre o que mostra e o que, sugerido, esconde, interpretar, decifrar o que está por trás do comportamento de cada personagem. Com uma segura definição do espaço em que se inscrevem as personagens, definido pela distância certa a estas, e um ritmo que, distendido, a música e a montagem (com pontuações clássicas) criam, o filme apresenta-se forte e cativante, algures num espaço não identificado de cinema independente - com argumento de Coleman Hough (o mesmo de "Vidas a Nu"/"Full Frontal", 2002), tem fotografia e montagem do próprio cineasta (sob pseudónimo) e música de Robert Pollard.
Com simplicidade, secura e elegância, longe de Hollywood e das suas receitas de sucesso Steven Soderbergh prosseguiu aqui uma outra faceta da sua obra em que se tem exprimido mais à-vontade, sem constrangimentos de produção, o que lhe tem permitido ser experimental, inventivo e cinematograficamente muito bom em termos mais pessoais - a edição dvd em português tem como título "Bubble - Uma Nova Experiência de Steven Soderbergh". E penso que ele próprio assim tem conseguido respirar melhor e gerir melhor a sua actividade em Hollywood, que inclui a participação na produção de filmes relevantes.
Passado entre operários de uma fábrica de bonecas no Midwest, local inusitado que o marca decisivamente, entre eles o filme destaca e segue um triângulo improvável: a gorda Martha/Debbie Doebereiner, o instável Kyle/Dustin Ashley e a recém-chegada Rose/Misty Wilkins, com uma filha de 2 anos, que se vem intrometer na amizade que os liga. Interpretado por não-profissionais, tudo se joga na sobriedade expressiva dos actores e na dinâmica sóbria mas muito expressiva da realização.
Explicando o menos possível sobre a motivação de cada um, "Bubble" deixa muito maior espaço ao espectador para, na fresta aberta entre o que mostra e o que, sugerido, esconde, interpretar, decifrar o que está por trás do comportamento de cada personagem. Com uma segura definição do espaço em que se inscrevem as personagens, definido pela distância certa a estas, e um ritmo que, distendido, a música e a montagem (com pontuações clássicas) criam, o filme apresenta-se forte e cativante, algures num espaço não identificado de cinema independente - com argumento de Coleman Hough (o mesmo de "Vidas a Nu"/"Full Frontal", 2002), tem fotografia e montagem do próprio cineasta (sob pseudónimo) e música de Robert Pollard.
Com simplicidade, secura e elegância, longe de Hollywood e das suas receitas de sucesso Steven Soderbergh prosseguiu aqui uma outra faceta da sua obra em que se tem exprimido mais à-vontade, sem constrangimentos de produção, o que lhe tem permitido ser experimental, inventivo e cinematograficamente muito bom em termos mais pessoais - a edição dvd em português tem como título "Bubble - Uma Nova Experiência de Steven Soderbergh". E penso que ele próprio assim tem conseguido respirar melhor e gerir melhor a sua actividade em Hollywood, que inclui a participação na produção de filmes relevantes.
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