O terceiro episódio, ou melhor, a primeira parte do terceiro episódio da saga "Divergente", intitulado "Convergente - Parte 1"/"Allegiant" (2016), de Robert Schwentke que já tinha dirigido o anterior "Insurgente"/"Insurgent" (2015), é mais um filme feliz dirigido, como toda a saga, sobretudo a adolescentes.
Como o anterior, este "Covergente - Parte 1" levanta a questão da memória, agora não da protagonista, Tris/Shailene Woodley, mas de toda uma população suburbana que se quer transformar à semelhança dela, pura Divergente. Quem o quer fazer é o super-vilão David/Jeff Daniels, que com cumplicidades diversas, entre as quais a de Evelyn/Naomi Watts, para já construiu um muro altíssimo electrificado para "proteger" o seu domínio.
Tudo justo, actual e muito bem explicado, de modo a levar Four/Theo James a desconfiar de tanta generosidade altruista quando verifica que há coisas que ali não batem certo e a partir daí a tentar resgatar Tris que tinha caído na cilada. E ele percebe quando sabe que pretendem retirar a memória à população violentamente raptada, os mais novos (depois de lhes matarem os pais), o que significa retirar-lhes a identidade.
De novo à volta de Chicago, este "Convergente - Parte 1" continua a mostrar grande mestria narrativa e grande acerto formal, baseado sobretudo na criação digital, podendo ser de grande utilidade para todos, e não apenas para os mais novos, em tempos propícios à confusão política nos Estados Unidos da América.
O conflito de Four com a mãe prossegue, a relação entre Tris e Four tornou-se um tanto funcional (o que se compreende) e Jeff Daniels está excelente como super-bilonário, paternal e tranquilizador, de ficção científica e tudo. Não, neste caso não basta dizer que "daqui não vem mal ao mundo", pois deve-se dizer que "daqui vem o bem preciso e necessário com toda a clareza" (sobre esta saga ver "O início da saga", de 31 de Agosto de 2015, e "A continuação da saga", de 24 de Janeiro de 2016).
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