“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Por uma bicicleta

   Com argumento e realização de Haifaa Al-Mansour, "O Sonho de Wadjjda"/"Wadjda" (2012) é uma co-produção entre a Alemanha e a Arábia Saudita que é tido como o primeiro filme saudita dirigido por uma mulher. Passou esta semana no Arte.
                       Wadjda and Her Parents.
  Trata-se de um filme simples e bem feito em volta de mulheres sauditas maiores e menores e dos seus limites sociais no seu país, quer em função do sexo quer em função da idade. Mais que uma simples curiosidade, contém de forma elíptica mas clara todas as alusões que a tal respeito se impunham.
  Em Riad a protagonista, Wadida/Waad Mohammed, de 10 anos, tem o sonho de ter uma bicicleta como o seu amigo Abdullah/Abdullrahman Al Gohani, um sonho que é contrariado pela sua mãe/Reem Abdullah. Vê num concurso sobre o Corão organizado na sua escola pela professora Hussa/Ahd a oportunidade de obter o dinheiro necessário para concretizar o seu sonho.
                        The bicycle that she wanted to buy.
  Com bom domínio técnico - fotografia de Lutz Reitemeier, música de Max Richter e montagem de Andreas Wodraschke -, na sua singeleza "O Sonho de Wadjda" consegue cumprir o seu projecto narrativo de forma perfeita: a protagonista ganha o concurso mas não lhe chega o prémio respectivo porque... Mas a história da mãe dela também interessa como princípio de um outro filme.
  Para 2017 Haiffa Al-Mansour tem preparada a sua segunda longa-metragem de ficção, feita já com produção americana.

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