De Noah Baumbach, realizador nomeadamente de "A Lula e a Baleia"/"The Squid and the Whale" (2005), chegou-nos agora "Frances Ha" (2012), com argumento seu e de Greta Gerwig, que interpreta a protagonista que dá o nome ao filme. Filmado a preto e branco principalmente em New York, onde decorre a maior parte do tempo, a partir do facto de Frances/Greta Gerwig querer ser bailarina o filme dança ao ritmo das desatinadas correrias dela pela cidade.
Despretensioso mas muito preciso, este é um filme que, ao acompanhar Frances, uma mulher de 27 anos encalhada embora plena de vivacidade, se desdobra em companhias e encontros em que ganha corpo uma nova geração de jovens sonhadores habitantes da grande e mítica metrólope. Palavroso e construído sobre encontros falhados, como os filmes iniciais de Woody Allen, "Frances Ha" não se demora demasiado em cada questão, como se tivesse pressa em dizer tudo o que é relevante sobre ela e as suas relações.
As suas sucessivas companhias de apartamento, que começam com Sophie Levee/Mickey Sumner, como ela heterossexual, como ela fresca e encalhada, as suas esperanças e desilusões profissionais, os seus percursos para fora da cidade, primeiro até Sacramento, Califórnia, ao encontro dos pais, depois até Paris para uma viagem relâmpago, são dados por Noah Baumbach com grande economia de meios, o que lhe permite dizer tudo o que tem a dizer em pouco tempo, tirando todo o partido de uma actriz, Greta Gerwig, que entre um corpo excessivo mas dominado e uma grande expressividade física e fisionómica marca a destravada mas muito compenetrada protagonista.
Se o preto e branco, com fotografia de Sam Levy, funciona muito bem, marcando a originalidade do filme, a música contém escolhas felizes que muito apropriadamente sublinham o tom leve de "Frances Ha", que depois de um longo e variado percurso termina com a protagonista definindo por subtração o seu apelido em Washington Heights.
Se o preto e branco, com fotografia de Sam Levy, funciona muito bem, marcando a originalidade do filme, a música contém escolhas felizes que muito apropriadamente sublinham o tom leve de "Frances Ha", que depois de um longo e variado percurso termina com a protagonista definindo por subtração o seu apelido em Washington Heights.
Com descontração e leveza, humor e sabedoria, Noah Baumbach constrói um filme sólido e apetecível, com uma musicalidade própria a assinalar a sua vitalidade juvenil, que vem confirmar que continuam a fazer-se filmes muito interessantes em New York, que valem por si mesmos e tornam esta cidade uma verdadeira capital do cinema americano.
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