Fui ver "A Teoria de Tudo"/"The Theory of Everything", de James Marsh (2014), não por causa do cineasta, o que até poderia ter acontecido, mas por causa da personagem: Stephen Hawking. O (felizmente) conhecido físico é uma das personalidades mais importantes do nosso tempo, do que convém ter consciência, e um filme sobre ele interessa-me. Entre ele e Mr. Bond, James Bond, escolho-o a ele como herói muito recomendável.
O filme é um biopic comum que se destaca pela grande interpretação de Eddie Redmayne, realmente notável, e por se basear na biografia de Hawking escrita pela sua mulher, Jane, interpretada no filme por Felicity Jones. Divulgar através do filme a odisseia da vida e do labor do maior cientista do nosso tempo, tolhido embora por uma doença neuro-degenerativa grave, fica bem ao cinema.
Ainda que o filme seja um filme comum embora escorreito em termos cinematográficos, tem o mérito de nos levar ao contacto com um dos gigantes sobre cujos ombros todos andamos (1), cuja vida difícil é inteiramente exemplar para todos nós. Não conheço maior exemplo de coragem e determinação mesmo perante as piores notícias pessoais numa vida dedica à ciência, ao conhecimento, do que o de Stephen Hawking - um exemplo para todos nós, em especial para os mais novos.
Acompanhando os episódios principais e mais conhecidos da vida deste homem de ciência, "A Teoria de Tudo" de James Marsh presta-lhe a homenagem merecida, embora em termos excessivamente correctos, que decorrem da fonte literária que adopta. Nomeadamente a sua relação com a enfermeira não é tratada, o que faz o filme quedar-se por uma hagiografia politicamente correcta, que termina com a sua condecoração pela Rainha. Podia esperar-se melhor, embora tal como é o filme seja compreensível e não seja nada mau.
Se há personalidade que no Século XX-XXI admiro incondicionalmente ela é Stephen Hawking. Vejam este filme, valha ele o que valer como filme - e alguma coisa vale, pois James Marsh, autor nomeadamente do "Homem no Arame"/"Man on Wire", 2008, não é um realizador ingénuo, o que aqui de novo demonstra com atenção. Stephen Hawking merece-o. Mas sobretudo leiam-no, que está editado em português pela Gradiva.
"My Name Is Stephen Hawking" são as suas primeiras palavras quando passa a dispor de meios para as dizer. Entre a física quântica e a teoria da relatividade está ele, que daqui saúdo efusivamente.
Nota
(1) Cf. "Aos ombros de Gigantes - As Grandes Obras da Física e Astronomia", coligido e comentado por Stephen Hawking, com Coordenação Científica e Prefácio de Carlos Fiolhais (Lisboa: Texto, 2010).
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