Depois de "Raptadas"/"Prisoners" e "O Homem Duplicado"/"Enemy" (2013), estreou agora em Portugal "Sicario - Infiltrado"/"Sicario" (2015), o mais recente filme do canadiano Denis Villeneuve, até agora o seu melhor.
Com actores muito bons em rendimento máximo (Emily Blunt como Kate Macer, Josh Brolin como Matt Graver, Benicio Del Toro como Alejandro em especial), a partir de argumento de Taylor Sheridan o cineasta constrói o seu filme sobre o tráfico de drogas na fronteira sul dos Estados Unidos e o combate que a polícia americana, o FBI, com os seus meios próprios, contra os seus cartéis trava - para manter a ordem enquanto o consumo no seu país do norte mais rico não diminuir sensivelmente, como explica Matt a certa altura.
Bem estruturado com a inclusão de uma mulher na equipa operacinal, "Sicario - Infiltrado" torna-se um filme aliciante e especialmente bem feito graças a uma construção geométrica do plano, em que o cineasta vai mais longe do que nos seus filmes anteriores, e à progressiva emergência da personagem sombria e central de Alejandro, a que Benicio Del Toro confere o seu carisma pessoal.
Insensivelmente, passamos do filme policial clássico ao filme negro, de modo que cada novo patamar narrativo se resolve simultaneamente para melhor e para pior, com um final muito bem resolvido em duas cenas de alta tensão: Alejandro face a Fausto Alarcon/Julio Cedillo, o líder do narcotráfico, e a sua família, primeiro, face a Kate Macer, depois.
Recuperando de "Raptadas" o director de fotografia Roger Deakins e o compositor Jóhann Jóhannsson, e com montagem de Joe Walker ("12 Anos Escravo"/"12 Years a Slave", de Steve McQueen, 2013, "Blackhat: Ameaça na Rede"/"Blackhat", de Michael Mann, 2015), com bom desenvolvimento narrativo, justa construção formal e boa resolução não se podia pedir mais ao filme nem a Denis Villeneuve (sobre o cineasta ver "Equívoco", de 6 de Julho de 2014).
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