“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Sob pressão

     "Ilo Ilo", de Anthony Chen (2013), é a primeira longa-metragem deste realizador indonésio, que nos anos 90 do século passado nos conduz ao interior de uma família que vive sob pressão.
    O pai, Teck/Tian Wen Chen, tem uma vida atribulada a jogar na bolsa, onde perde, a mãe, Hwee Leng/Yann Yann Yeo, está grávida mas continua a trabalhar, dispondo de uma empregada filipina, Terry/Angeli Bayani, para a ajudar nomeadamente com o filho, Jiale/Jia Ler Koh, que entre a casa e a escola faz trinta por uma linha.  
                   Ilo Ilo                      
    Numa época de recessão regional, estreitam-se os laços entre Jiale e Terry enquanto as dificuldades dos pais dele se agravam, individualmente, um com o outro, com a empregada e com o filho.
     A mãe tenta agarrar-se a uma promessa de salvação que lhe diz que "a esperança está em ti" mas nem assim consegue alívio para as suas dificuldades - a situação do marido agrava-se, os problemas com o filho avolumam-se. 
                  
     Terminando com o parto, "Ilo Ilo" como que expele no seu final a tensão anterior, o que está bem visto e bem feito num filme que privilegia o ponto de vista feminino e tem argumento do próprio realizador. Uma muito promissora primeira longa-metragem, passou ontem no Arte.  

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