"Evereste"/"Everest", de
Baltasar Kormákur (2015), com argumento de William Nicholson e Simon Beaufoy a partir do relato de Beck Weathers, é um bom espectáculo e um filme muito apreciável sobre uma expedição ao pico do mundo em 1996 que, bem sucedida na ascenção, decorreu desastrosamente no regresso.
A primeira parte, a da subida, é muito boa por nos dar a motivação, o desejo de cada um dos intervenientes de chegar ao topo do mundo, e acompanhar detidamente a escalada. Pensado e feito como grande espectáculo, torna-se especialmente interessante por as coisas não terem corrido como previsto no regresso, com um alpinista a seguir a outro a não conseguir regressar e sobreviver.
Rodado nos próprios locais, esse facto valoriza o filme e confere-lhe uma maior verdade que os factos reais em que se baseia por si próprios exigiam. O grande dramatismo de "Evereste" decorre também desse facto e das grandes interpretações.
Num tempo em que o grande espectáculo está em moda sobretudo no cinema americano - e a grande aposta do actual cinema americano é no grande espectáculo - devemos ser capazes de o apreciar quando ele é bom espectáculo, como aqui acontece. O drama dos alpinistas deste filme é o drama de todos nós: ter um sonho na vida e cumpri-lo, mesmo se no regresso não se sobrevive.
Desde que não se exija de "Evereste" o que ela não pretende ser, pode admirar-se neste filme uma máquina de produção de emoções que funciona bem, em pleno. Dramática e visualmente, com um sopro clássico.
A lição de cooperação entre seres humanos com um objectivo comum é uma bela lição para um mundo em que se vive de espezinhar uns aos outros. Feito para 3D e Imax, "Evereste" é como um "Titanic" do alpinismo sem atingir o seu nível - sem James Cameron.
A lição de cooperação entre seres humanos com um objectivo comum é uma bela lição para um mundo em que se vive de espezinhar uns aos outros. Feito para 3D e Imax, "Evereste" é como um "Titanic" do alpinismo sem atingir o seu nível - sem James Cameron.
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