“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

JFK - 50 anos

        Cumpriram-se no passado dia 22 de Novembro 50 anos sobre o assassinato do Presidente americano John Kennedy, episódio trágico de que guardo viva memória emocional coetânea. O seu bárbaro e cobarde assassinato transformou o jovem e carismático Presidente em mártir, forçando a sua substituição pelo seu vice-presidente, Lyndon Johnson, cuja presidência é hoje considerada como especialmente marcante em tempos muito difíceis.
     O aniversário foi condignamente celebrado nos Estados Unidos e a BBC World News transmitiu no passado fim de semana um documentário recente, "The Lost JFK Tapes: The Assassination" (2009), que pela primeira vez recolhe os registos audiovisuais desse dia, até há poucos anos mantidos inacessíveis. Impressionante de rigor, este documentário muito oportuno permite-nos conhecer, por ordem cronológica, todos os acontecimentos relevantes desse fatídico 22 de Novembro de 1963 em Dallas, Texas, através de gravações televisivas e radiofónicas.
                     Image for The Lost JFK Tapes: The Assassination
      Ao assistir a este documentário e recordar a entrada de John Kennedy no campo do mito pela mesma porta pela qual, 100 anos antes, a ele acedera Abraham Lincoln, recordei o filme de Oliver Stone "JFK" (1991), que pretende averiguar da verdade sobre o assassinato do Presidente, ainda hoje com "Wall Street" (1987) o seu melhor filme (a partir do qual o continuo a esperar e só o voltei a encontrar em "World Trade Center", 2006 - mas isto digo eu, que sou muito exigente), e também o que as imagens do assassinato representaram para o imaginário colectivo e o próprio cinema americano (1).
     Com conhecidas ligações ao mundo do cinema (Frank Sinatra e o rat pack, Marilyn Monroe), que contribuíram para lhe moldar a figura pública e o mito, John Fitzgerald Kennedy merece indubitavelmente ser lembrado por todos nós, que merecíamos este excelente documento audiovisual sobre as circunstâncias precisas que rodearam, antecederam e seguiram, o disparo fatal. Aqui deste modo o recordo e lhe presto a minha sentida homenagem.

Notas
(1) Cf. Jean-Baptiste Thoret, "26 secondes: L'Amérique éclaboussée - L'assassinat de JFK et le cinéma américain", Pertuis, Rouge Profond, 2003.

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