Devo dizer que fiquei apreensivo com o anúncio do remake do filme coreano "Oldboy - Velho amigo"/"Oldeuboi", de Chan-Wook Park (2003), pelo cineasta americano Spike Lee: "Oldboy: Velho Amigo"/"Oldboy" (2013). E fiquei apreensivo justamente por admirar os seus filmes anteriores. Uma vez visto o filme a minha apreensão motrou-se injustificada, porque ele consegue fazer sobre o original um filme americano que é também um filme seguro e pessoal.
Com actores no seu melhor, com natural destaque para Josh Brolin (que, não sendo uma escolha óbvia, se revela uma boa escolha) e Elizabeth Olsen, o filme consegue construir de novo o seu mistério, mesmo para quem conheça o filme original, relativamente ao qual o cineasta guarda a sua distância do mesmo passo que o homenageia. Agarrando bem a inspiração na manga de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi, com base em argumento de Mark Protosevich o cineasta consegue fazer seu aquele material de base, sem lhe retirar o rebuscado mistério e acrescentado-lhe uma estética original.
Pessoalmente, prefiro o filme original, mas percebo o sentido que faz a sua transposição para o cinema americano e para um meio americano. Dito isto, devo também acrescentar que considero sintoma preocupante de falta de ideias próprias o frequente recurso do cinema americano a remakes de filmes estrangeiros. Por muito conseguido que o novo filme seja, é revelador de falta de ideias originais, embora possa manifestar boas influências, como é o caso deste filme e anteriormente fora o de "The Departed - Entre Inimigos"/"The Departed", de Martin Scorsese (2006).
Conservando o lado de artifício das cenas de acção, trabalhando bem a imagem - em conjugação com o tempo na parte final - e sobretudo preservando o mistério lancinante da narrativa, Spike Lee mostra-se inteiramente à altura do projecto a que meteu ombros, fazendo uma leitura pessoal e produtiva do filme original. Desejo-lhe que regresse rapidamente ao melhor da sua inspiração como cineasta de vulto, de que este "Oldboy: Velho Amigo", de que esperamos o Director's cut, mesmo na sua versão curta não desmerece.
Pessoalmente, prefiro o filme original, mas percebo o sentido que faz a sua transposição para o cinema americano e para um meio americano. Dito isto, devo também acrescentar que considero sintoma preocupante de falta de ideias próprias o frequente recurso do cinema americano a remakes de filmes estrangeiros. Por muito conseguido que o novo filme seja, é revelador de falta de ideias originais, embora possa manifestar boas influências, como é o caso deste filme e anteriormente fora o de "The Departed - Entre Inimigos"/"The Departed", de Martin Scorsese (2006).
Conservando o lado de artifício das cenas de acção, trabalhando bem a imagem - em conjugação com o tempo na parte final - e sobretudo preservando o mistério lancinante da narrativa, Spike Lee mostra-se inteiramente à altura do projecto a que meteu ombros, fazendo uma leitura pessoal e produtiva do filme original. Desejo-lhe que regresse rapidamente ao melhor da sua inspiração como cineasta de vulto, de que este "Oldboy: Velho Amigo", de que esperamos o Director's cut, mesmo na sua versão curta não desmerece.
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