"Duran Duran - Unstaged" (2011) é a primeira loga-metragem de David Lynch depois de "Inland Empire" (2006) que conheço e é um filme extraordinário, feito a partir da transmissão em directo para a internet de um espectáculo musical.
Havia o filme de Jean-Luc Godard "Simpathy for the Devil" (1968) e o filme de Martin Scorsese "Shine a Light" (2008), ambos com os Rolling Stones, mas nenhum deles se compara com esta extraordinária experiência em que o experimental se alia ao abstracto numa fantástica montagem audiovisual, que se entende todo o sentido que faz na obra do cineasta.
Aqui Lynch is on fire, sem as entrevistas habituais neste tipo de documentário e com uma prodigiosa montagem de números completos durante um espectáculo no Mayan Theater, em downtown LA, em 2011, com recurso a sobreimpressões diversas, de formas geométricas e objectos vários (de um helicóptero a pequenos bonecos), e uma diversidade de outras formas e meios. A partir de um preto e branco de base o cineasta constrói o seu documentário com colorizações parciais que o enriquecem e tornam mais apelativo e misterioso.
Numa outra dimensão para que, como de costume, nos arrasta, David Lynch surpeende de novo e volta a fascinar sem o recurso ao cinema narrativo, das peripécias. Sempre a abrir ao ritmo da música, com grande imaginação ele coordena imagens acrescentadas com esta, de forma a tornar o documentário "Duran Duran - Unstaged" uma experiência sensorial extraordinária.
Não sei quem como ele... É difícil descrever o que se sente durante este filme, um extraordinário documentário musical que marca uma época e como inventiva visual faz lembrar os surrealistas (sobre David Lynch ver "Tudo é ilusão", de 27 de Fevereiro de 2012).
Sem comentários:
Enviar um comentário