“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Hermínio Martins (1934-2015)

     Foi o mais importante sociólogo da ciência, filósofo das ciências sociais, filósofo e sociólogo da tecnologia e sociólogo da história de Portugal e do Brasil de origem portuguesa, um homem de um vigor intelectual sem compromissos cujo trabalho foi profundamente influente em termos internacionais. Tendo feito a maior parte do seu percurso académico e de investigação fora de Portugal, veio a falecer em Oxford, Inglaterra, país onde trabalhou durante a maior parte da sua vida, justamente no St. Anthony's College da Universidade de Oxford.
    Apesar dos discípulos que deixou em todo o mundo - também em Portugal, onde colaborou no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa -, a sua morte significa uma perda irreparável não só da ciência como da humanidade. Desde que conheci a sua escassa obra publicada aprendi a distinguir entre aqueles que a conheciam e aqueles que não a conheciam como uma distinção fundamental na apreciação dos seres humanos de qualquer nacionalidade, credo, condição social, formação académica ou profissão. 
                    
    Embora fiquemos ainda mais sós sem ele, tenho a notícia pelo único jornal português que noticiou a sua morte de que nos deixou um livro inédito, sobre Portugal no Século XX. 
     A consternação em que a notícia da sua morte me deixou não me impede de, antes me impele a incitar os que trabalharam com a ele a prosseguir a sua obra e o seu exemplo. (Continuo, como vêem, mais do lado dos mortos, que se vão acumulando, que dos vivos - é o meu "museu imaginário", o meu "quarto verde" que se amplia.)

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