“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Um grande actor

   Chocado com a notícia da morte inesperada do actor americano Philip Seymour Hoffman (1967-2014), quero aqui prestar-lhe a minha homenagem como grande, muito grande actor que foi e por isso admirei nomeadamente em filmes de Paul Thomas Anderson e Sidney Lumet, Mike Nichols e George Clooney.
     Ele teve a estatura de Marlon Brando ou Paul Newman, tirando de um corpo comum e de um rosto expressivo o génio da criação de personagens complexas que, devido à sua interpretação, tornavam mais sérios, mais dignos de atenção e apreço os filmes em que participava. Não foi apenas uma estrela no sentido hollywoodiano do termo, foi um grande actor em sentido universal. 
                    Philip Seymore Hoffman Hunger Games Catching Fire Philip Seymour Hoffman Confirmed for Hunger Games: Catching Fire [Updated]
    O seu desaparecimento precoce, com 46 anos, empobrece o melhor do cinema americano, que amputa de uma personalidade marcada e marcante que não aceitava qualquer papel, antes sabia escolher os filmes em que participava. Se há uma política, e uma poética dos actores (ver "Poética dos actores", 22 de Junho de 2013), ele fez parte dos meus favoritos e foi dos mais intransigentes e inspirados criadores de personagens difíceis, que tornava memoráveis, numa cinematografia que, no seu melhor, muito se apoia nos actores.
    Passa a haver no cinema americano, não só uma época antes, como uma época depois Philip Seymour Hoffman, pois se há personalidades insubstituíveis no cinema ele foi uma delas. Não conheço o único filme que realizou, "Jack Goes Boating" (2010), mas gostaria de o conhecer. Também actor de teatro, com o seu talento ele deixou no cinema americano do seu tempo uma marca muito forte, que permanecerá como presença nos seus filmes e como "caso de estudo".

1 comentário:

  1. Adorava ouvir as suas palavras nas aulas... agora já as posso recordar vindo aqui ao seu blog...
    Obrigada
    Joana Gaio

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