Chocado com a notícia da morte inesperada do actor americano Philip Seymour Hoffman (1967-2014), quero aqui prestar-lhe a minha homenagem como grande, muito grande actor que foi e por isso admirei nomeadamente em filmes de Paul Thomas Anderson e Sidney Lumet, Mike Nichols e George Clooney.
Ele teve a estatura de Marlon Brando ou Paul Newman, tirando de um corpo comum e de um rosto expressivo o génio da criação de personagens complexas que, devido à sua interpretação, tornavam mais sérios, mais dignos de atenção e apreço os filmes em que participava. Não foi apenas uma estrela no sentido hollywoodiano do termo, foi um grande actor em sentido universal.
O seu desaparecimento precoce, com 46 anos, empobrece o melhor do cinema americano, que amputa de uma personalidade marcada e marcante que não aceitava qualquer papel, antes sabia escolher os filmes em que participava. Se há uma política, e uma poética dos actores (ver "Poética dos actores", 22 de Junho de 2013), ele fez parte dos meus favoritos e foi dos mais intransigentes e inspirados criadores de personagens difíceis, que tornava memoráveis, numa cinematografia que, no seu melhor, muito se apoia nos actores.
Passa a haver no cinema americano, não só uma época antes, como uma época depois Philip Seymour Hoffman, pois se há personalidades insubstituíveis no cinema ele foi uma delas. Não conheço o único filme que realizou, "Jack Goes Boating" (2010), mas gostaria de o conhecer. Também actor de teatro, com o seu talento ele deixou no cinema americano do seu tempo uma marca muito forte, que permanecerá como presença nos seus filmes e como "caso de estudo".
Adorava ouvir as suas palavras nas aulas... agora já as posso recordar vindo aqui ao seu blog...
ResponderEliminarObrigada
Joana Gaio