Nestes tempos de crise humanitária dos refugiados que procuram fugir à guerra e às privações nos seus países de origem rumo à Europa, quem me tem dado a informação e o comentário apropriado, diversificado e esclarecedor não tem sido a BBC World News (sem Zeinab Badawi, em geral entregue a teenagers de todos os sexos e de todas as idades e baseada sobretudo nos seus bons correspondentes internacionais), nem a CNN (com uma Amanpour que no escasso tempo de que dispõe diaramente tem de tratar três assuntos diferentes, o que significa muito pouco tempo para cada um deles), mas Élisabeth Quin no Arte.
Contra a noção do "politicamente correcto", neste como noutros casos completamente desajustada, no seu programa diário "28 minutes" ela tem conseguido, com a participação de convidados diversificados e conhecedores dos assuntos, além dos permanentes, dar-nos um ponto de vista justo com a desmultipliação de perspectivas que, frequentemente em controvérsia, nos permitem ajustar a nossa e perceber melhor.
A questão é muito difícil e muito dolorosa para aqueles que a vivem, tem implicações políticas diversas para intervenientes diferentes, e onde os outros não chegam a não ser pelas imagens chocantes, que também interessam e devem ser vistas, chega Élisabeth Quin no seu programa, com o seu comentário e o dos seus convidados, de modo que permite situar tudo em tempo real, doa a quem doer. Nesta e noutras questões, francesas, europeias e mundiais, a variedade de problemas envolvidos, problemas actuais e muito duros, é neste seu programa de debate que se encontra. Por isso aqui o aconselho sem reservas.
Neste caso, eu sou pelo Arte porque sou por Élisabeth Quin. Sou pela televisão porque sou pela palavra. Sem ela tudo fica frio e seco na evidência da própria imagem que se trata, justamente, de interrogar, de pensar na sua própria evidência e no que por trás dela está. Para melhor compreender a actualidade. E atenção ao assomar avulso da extrema-direita, xenófoba e racista.
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