Em "Família: Rui Chafes & Pedro Costa com Jean-Marie Straub & Danièle Huillet", a instalação patente no Museu Nacional Machado de Castro mesmo depois da inciativa AnoZero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra durante a qual se iniciou, o que se torna decisivo é o espaço e a sua utilização. De facto, mal conhecido e pouco visto apesar da sua importância, o espaço do criptopórtico romano do Aeminium é à partida tudo menos um espaço museal. Foi, no entanto, no seu muito antigo, escuro e arruinado espaço que os artistas quiseram situar uma sua instalação.
Não vou em pormenor comentar as imagens e objectos de cada um a não ser para demonstração da utilização do espaço. Longos e escuros, antiquíssimos corredores com salas laterais e ao fundo, sobre umas escadas, uma parede em que é projectado um filme com palavras francesas poéticas e políticas, belamente recitadas. Lateralmente, em algumas das salas imagens fixas, luminosas mas escuras, no escuro marcam e demarcam o espaço de forma insólita. As alturas são uma perspectiva que não deixa de, a partir do fundo, das profundidades ser explorada.
Naquela família que conheço bem aprecio aqui o arrojo do desafio, que sendo artístico é também e até sobretudo político numa instalação que vista em baixo, entre ruínas, se torna mais perceptível, bela e tocante. Em imagens conformes num espaço esclarecedoramente agreste e inesperado, aquela família pareceu-me bem, muito obrigado. A instalação estará no MNMC até 31 de Janeiro de 2016.
Neste momento os meus parabéns a Rui Chafes pela atribuição do Prémio Pessoa 2015 (sobre ele, ver "Uma antológica", de 20 de Fevereiro de 2014; sobre instalações de Pedro Costa, ver "Instalações em diálogo", de 26 de Outubro de 2012; sobre Straub/Huillet, ver "Poética straubiana", de 15 de Novembro de 2012).
Mas, além de verem esta instalação, aproveitem para visitar o Museu Nacional Machado de Castro, que vale muito a pena conhecer - ver, a seu respeito, "Mirleos", de João Miguel Fernandes Jorge (Lisboa: Relógio d'Água, 2015).
Neste momento os meus parabéns a Rui Chafes pela atribuição do Prémio Pessoa 2015 (sobre ele, ver "Uma antológica", de 20 de Fevereiro de 2014; sobre instalações de Pedro Costa, ver "Instalações em diálogo", de 26 de Outubro de 2012; sobre Straub/Huillet, ver "Poética straubiana", de 15 de Novembro de 2012).
Mas, além de verem esta instalação, aproveitem para visitar o Museu Nacional Machado de Castro, que vale muito a pena conhecer - ver, a seu respeito, "Mirleos", de João Miguel Fernandes Jorge (Lisboa: Relógio d'Água, 2015).
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