Com a transmissão dos dois últimos episódios, o Arte conclui hoje a apresentação de uma série notável: "Les aventuriers de l'art moderne", de Amélie Harrault e Pauline Gaillard (2015). Baseada na trilogia Bohèmes, Libertad! e Minuit, do conhecido escritor e argumentista Dan Franck, um largo e fundamental período da arte moderna e da história é percorrido nesta série, especialmente notável por recorrer a imagens de época - fixas e em movimento, documentais e de ficção - e a animação tradicional (pintura sobre vidro, papel cortado, tinta, guache).
Desdobrada em seis episódios, esta não é uma série tradicional sobre arte e artistas, como outras que nomeadamente este canal tem apresentado ao logo dos anos sempre de grande qualidade. Nada disso, ou disso apenas a filmagem na actualidade de obras de referência da arte moderna, pois esta série obedece a um modelo inédito e original.
Sempre acompanhada por uma narradora omnisciente em off, Amira Casar, os seus diferentes episódios apresentam directamente imagens de época valiosas e em muitos casos desconhecidas, mas além delas recriam as personalidades autênticas e as suas vidas com o recurso à animação de uma forma artisticamente muito conseguida e extremamente pertinente em termos fílmicos.
Deste cruzamento entre o documental e a animação resulta uma obra sedutora em si mesma, rigorosa do ponto de vista histórico e não fastidiosa, o que é sempre o risco dos filmes sobre arte e artistas. Graças a artistas actuais da imagem somos conduzidos ao coração da revolução moderna e a momentos determinantes da história do Século XX com desembaraço, sentido da história e da arte, que nos fazem chegar vivas, transfiguradas, figuras que se tornaram lendárias.
Mas não são apenas as personagens, são também os lugares, nomeadamente em Paris, que o documental e a animação trazem para o presente, sempre ao melhor nível. Assistir a esta série constitui sempre uma aprendizagem ou precisão de conhecimentos com um gosto especial devido à sua excepcional criação.
O Arte está a concluir em grande um ano de programação excepcional, que aqui de novo assinalo e saúdo.
O Arte está a concluir em grande um ano de programação excepcional, que aqui de novo assinalo e saúdo.
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