“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Os melhores de 2015

    No ano da morte de Manoel de Oliveira e Herberto Helder, Chantal Akerman e Penelope Houston, um ano marcado por acontecimentos internacionais muito importantes, como a crise dos refugiados na Europa, além das outras que aqui assinalei em devido tempo marcaram-me especialmente as mortes do realizador italiano Francesco Rosi (1922-2015) e da actriz irlandesa Maureen O'Hara (1920-2015).
     Estrearam muitos filmes, incluindo muito lixo, mas vários dos anunciados não chegaram, pelo menos por enquanto, a estrear, confirmando o atraso crónico da distribuição comercial portuguesa. A ideia com que se fica é a de um cada vez maior espectáculo e de uma cada vez menor arte do cinema, o que, contra saudosismos, é mesmo assim nos dias que correm - já não é apenas a "sociedade do espectáculo" de Guy Debord, mas a "civilização do espectáculo" de que fala Mario Vargas Llosa. De tal modo que nos permite questionar, reconhecendo embora que todo o cinema está a mudar, se, com honrosas excepções, o melhor do cinema não estará no seu passado, na sua história. Mas isto digo eu, que sou pessimista.
    Com a precaução de avisar de que não vi tudo (nunca se vê tudo), aqui fica a minha lista dos melhores filmes de 2015. Sempre para que discordem e façam as vossas próprias listas de preferências.

                      visitamemoriasconfissoes_02                     

1º. Visita ou Memórias e Confissões, Manoel de Oliveira (1982).
2º. Minha Mãe/Mia madre, Nanni Moretti (2015).
3º. O Último dos Injustos/Le Dernier des injustes, Claude Lanzmann (2013).
4º. Vício Intrinseco/Inherent Vice, Paul Thomas Anderson (2014).
5º. O Pequeno Quinquin/P'tit Quinquin, Bruno Dumont (2014).
6º. Três irmãs/San zimei, Wang Bing (2012).
7º. Adeus à Linguagem/Adieu au langage, Jean-Luc Godard (2014).
8º. National Gallery, Frederick Wiseman (2014).
9º. As Mil e Uma Noites, Miguel Gomes (2015).
10º. Blackhat: Ameaça na Rede/Blackhat, Michael Mann (2015).
      
       Desejo que o próximo ano possa ser melhor do que este que agora acaba, em todos os aspectos incluindo no que respeita ao cinema. 

                Com os meus melhores votos de um Feliz Ano Novo de 2016 para todos.

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