"A Comuna"/"Kollektivet", o mais recente filme do dinamarquês Thomas Vinterberg (2016), conta-se entre os melhores deste cineasta original, um dos fundadores do Dogma 95 com Lars Von Trier (sobre este ver "Uma luz nas trevas", de 24 de Março de 2012, e "Implacável", de 7 de Fevereiro de 2014).
Nos anos 70 do século passado, um arquitecto abastado, Erik/Ulrich Thomsen, resolve com a mulher, Anna/Trine Dyrholm (uma interpretação notável que valeu à actriz o Urso de Prata no último Festival de Berlim), fundar uma comuna, um grupo de vida em comum, na antiga e vasta casa da sua família. As peripécias que se seguem são meras curiosidades sobre o meio assim criado, que serve de contexto, e cada um dos seus elementos, nomeadamente no que respeita à admissão de membros, à filha de ambos, Freja/Martha Sofie Wallstrom Hansen, e à vida em comum.
A relação do casal vai, porém, mudar, com a chegada de Emma/Helene Reingaard Neumann, aluna de Erik que com ele estabelece uma relação paralela. Inicialmente, Anna parece não se opor, mas acaba por se humilhar no sonho que relata e por entrar num impasse emocional na sua profissão de apresentadora de televisão. Por fim parte, deixando o marido em lágrimas, num filme em que pelo menos um outro homem várias vezes chora.
Com a grande escolha de duas personagens mais novas, Freja e Vilads/Sebastian Gronnegaard Milbrat, que sabe que vai morrer até aos 9 anos e efectivamente morre, Thomas Vinterberg, também argumentista com Tobias Lindholm que aqui com ele colabora pela terceira vez depois de "Submarino" (2010) e "The Hunt - A Caça"/"Jagten" (2012), juntamente com os excertos de noticiários televisivos consegue estabelecer elementos de justo distanciamento que confere uma outra dimensão ao filme.
Diz o cineasta que se baseou em experiência da sua própria juventude, e de facto este "A Comuna" funciona como filme de época sobre um tempo ainda próximo muito feliz e conseguido porque questiona a vivência social, comunitária, o casamento e a sexualidade. Sobre Thomas Vinterberg ver "Contra a indiferença", de 17 de Março de 2013.
Diz o cineasta que se baseou em experiência da sua própria juventude, e de facto este "A Comuna" funciona como filme de época sobre um tempo ainda próximo muito feliz e conseguido porque questiona a vivência social, comunitária, o casamento e a sexualidade. Sobre Thomas Vinterberg ver "Contra a indiferença", de 17 de Março de 2013.
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