Depois do filme que Jorge António lhe dedicou, "Kuduro - Fogo no Museke" (2007), que introduziu a questão, "I Love Kuduro - From Angola to the World", de Mário Patrocínio (2014), dá o passo seguinte sobre esta música e dança angolana, mostrando a evolução entretanto verificada.
Mais longo e com maior vivacidade que o anterior, este novo filme que só agora vi mostra-nos como essa mistura de house, techno e ritmos tradicionais angolanos, com uma parte de intervenção, uma parte de cultura e uma parte de sentimento, como diz uma das personagens, evoluiu para novas formas. Mas o kuduro é também alegria jubilatória, contagiante.
Além de Luanda, onde no musseque nasceu o kuduro e que continua a ser a sua base, o documentário de Mário Patrocínio leva-nos também a Malange. A aparicão das mininas, passada mais de uma hora do filme, é curta mas significativa e culmina com um travesti.
Mas o grande trunfo inicial do filme é acompanhar os kuduristas enquanto caminham no seu bairro, o que, juntamente com os depoimentos e os excertos de danças, aponta um caminho em frente, sempre em frente, em marcha acelerada. O que permite que o final muito bem visto, com retardador e acelerado, surja como contrastante.
Por sua vez, a inserção de imagens de vídeo neste "I Love Kuduro" está muito bem feita, estabelecendo a diferença e impedindo qualquer confusão.
A internacionalização desta dança tem-se verificado sobretudo em África, do que nos são mostradas imagens de arquivo, o que se compreende embora fosse desejável que ela se verificasse também noutros continentes, pois neste momento é uma excelente apresentação dos angolanos a todo o mundo. Agora o desafio que se coloca é mesmo um filme musical com o kuduro.
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