"Amanhã"/"Demain", de Cyril Dion e Mélanie Laurent (2015), é um excelente documentário sobre o "estado do mundo" e o que há que fazer para dele sair. O que há que fazer a partir de agora, de amanhã, para o que em cada uma das suas cinco partes apresenta algumas questões tal como elas estão a ser enfrentadas já.
Sobre agricultura, energia, dinheiro, democracia e ensino, este documentário percorre o mundo em procura de novas soluções, de novas respostas que estão neste momento já a ser dadas, e é em todos os pontos de uma clareza impressionante porque dá a palavra àqueles que protagonizam essas mudanças.
Um primeiro ponto comum entre as cinco questões, que se seguem a um prólogo muito importante, é que a diversidade é sempre melhor do que a concentração. Um segundo ponto comum é que se trata de soluções complementares, não alternativas. O terceiro é que as novas soluções estão nas mãos de todos e de cada um de nós. O quarto é que não se pode contemporizar com os interesses e os poderes estabelecidos ou esperar por eles, que por si próprios manterão e até agravarão o presente estado de coisas. Um quinto ponto é que temos todos que falar uns com os outros a este respeito, sem receio de o fazer. Por último, tem que se começar já.
A grande vantagem do invento dos irmãos Lumière é mesmo a de permitir fazer filmes como este, em que se parte do real que se mostra e se dá a palavra àqueles que estão a mudar a realidade. Com o meu modo de vida atribulado, que me leva a chegar muitas vezes com atraso a cada novo filme que se estreia, ainda consegui ter tempo para assistir à única sessão diária a uma hora complicada. Mesmo assim, estava muita gente a assistir.
É preciso que o maior número de pessoas possível veja este documentário indispensável, movido por um espírito de partilha, que é tudo menos indiferente. O que aqui está não passa no discurso da generalidade dos "políticos profissionais", demasiado ocupados com os cenários macro-económicos e as leis do mercado para atenderem a estas minudências, eles que se revezam no poder sempre ao serviço dos mais poderosos, cujos interesses acima de tudo servem e defendem.
As mudanças em curso, que deparam por vezes com a oposição dos poderes estabelecidos, estão a começar por baixo, onde nos movemos, e assim devem continuar a acontecer. E passem a palavra. Embora a proposta deste filme não seja a única possível, é preciso conhecê-la e ponderá-la como ela merece.
As mudanças em curso, que deparam por vezes com a oposição dos poderes estabelecidos, estão a começar por baixo, onde nos movemos, e assim devem continuar a acontecer. E passem a palavra. Embora a proposta deste filme não seja a única possível, é preciso conhecê-la e ponderá-la como ela merece.
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