"American Honey" é a quarta longa-metragem da inglesa Andrea Arnold (2016) e um filme de alta qualidade que, com argumento seu, ela resolve de princípio a fim da melhor maneira.
Centrado em Star/Sasha Lane, oriunda do sul dos Estados Unidos, que embarca na caravana de venda de assinaturas de revistas chefiada por Krystal/Riley Keough onde conhece Jake/Shia LaBeouf, o filme desenrola-se durante a viagem que empreendem através do país para um porta-a-porta difícil e ingrato que eles resolvem como podem - e podem muito.
No que surge como um road movie a relação entre Star e Jake impõe-se com a sua evolução própria em que interfere a relação que ele também mantém com Krystal, esclarecida por esta no seu quarto com espelho no final. Mas a própria Star sujeita-se a outros encontros, com os três amigos primeiro, com o condutor de um camião de transporte de gado depois.
Este último encontro vai revelar-se decisivo pois inicia um diálogo sobre os sonhos de cada um, que Star vai alargar a Jake. E então podemos ligar os sonhos deles os dois com a vida dos americanos que eles têm vindo a contactar pessoalmente.
Embalado pelo ambiente da viagem e pelas incidências do percurso, "American Honey" é um filme variado e até divertido sobre a juventude americana de hoje mas também sobre a própria América mostrada nas suas desigualdades sociais e na sua necessidade intrínseca de vencedores - no caso de vendas, como sucede geralmente nesse país mesmo no cinema, em que vence o que, quem vende mais.
Embalado pelo ambiente da viagem e pelas incidências do percurso, "American Honey" é um filme variado e até divertido sobre a juventude americana de hoje mas também sobre a própria América mostrada nas suas desigualdades sociais e na sua necessidade intrínseca de vencedores - no caso de vendas, como sucede geralmente nesse país mesmo no cinema, em que vence o que, quem vende mais.
A viagem empreendida pelo grupo torna-se assim uma viagem iniciática em especial para Star, o que surge de maneira clara no final com o saltar da fogueira e o mergulho dela, que não sabe nadar, na água, um mergulho de purificação e renascimento.
"American Honey" beneficia muito do uso que faz do 1.37, que lhe confere um rigor e uma qualidade muito própria na sua recusa do grande formato para grande ecrã - é uma escolha artística, com Robbie Ryan como director de fotografia. A música variada aumenta o speed do filme, a montagem de Joe Bini é sempre justa e precisa e os actores principais saem-se muito bem, com destaque para Sasha Lane, uma verdadeira surpresa.
"American Honey" beneficia muito do uso que faz do 1.37, que lhe confere um rigor e uma qualidade muito própria na sua recusa do grande formato para grande ecrã - é uma escolha artística, com Robbie Ryan como director de fotografia. A música variada aumenta o speed do filme, a montagem de Joe Bini é sempre justa e precisa e os actores principais saem-se muito bem, com destaque para Sasha Lane, uma verdadeira surpresa.
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