Com argumento e realização de Haifaa Al-Mansour, "O Sonho de Wadjjda"/"Wadjda" (2012) é uma co-produção entre a Alemanha e a Arábia Saudita que é tido como o primeiro filme saudita dirigido por uma mulher. Passou esta semana no Arte.
Trata-se de um filme simples e bem feito em volta de mulheres sauditas maiores e menores e dos seus limites sociais no seu país, quer em função do sexo quer em função da idade. Mais que uma simples curiosidade, contém de forma elíptica mas clara todas as alusões que a tal respeito se impunham.
Em Riad a protagonista, Wadida/Waad Mohammed, de 10 anos, tem o sonho de ter uma bicicleta como o seu amigo Abdullah/Abdullrahman Al Gohani, um sonho que é contrariado pela sua mãe/Reem Abdullah. Vê num concurso sobre o Corão organizado na sua escola pela professora Hussa/Ahd a oportunidade de obter o dinheiro necessário para concretizar o seu sonho.
Com bom domínio técnico - fotografia de Lutz Reitemeier, música de Max Richter e montagem de Andreas Wodraschke -, na sua singeleza "O Sonho de Wadjda" consegue cumprir o seu projecto narrativo de forma perfeita: a protagonista ganha o concurso mas não lhe chega o prémio respectivo porque... Mas a história da mãe dela também interessa como princípio de um outro filme.
Para 2017 Haiffa Al-Mansour tem preparada a sua segunda longa-metragem de ficção, feita já com produção americana.
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