“Um não sei quê, que nasce não sei onde,/Vem não sei como, e dói não sei porquê.” Luís de Camões

"Na dor lida sentem bem,/Não as duas que êle teve,/Mas só a que êles não têm." Fernando Pessoa

"Lividos astros,/Soidões lacustres.../Lemes e mastros.../E os alabastros/Dos balaustres!" Camilo Pessanha

"E eu estou feliz ainda./Mas faz-se tarde/e sei que é tempo de continuar." Helder Macedo

"Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos..." Camilo Pessanha

“Vem, vagamente,/Vem, levemente,/Vem sozinha, solene, com as mãos caídas/Ao teu lado, vem” Álvaro de Campos

"Chove nela graça tanta/que dá graça à fermosura;/vai fermosa, e não segura." Luís de Camões

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Não se pode ter tudo


    No ano em que ao grande trovador Bob Dylan foi atribuído com toda a justiça o Nobel da Literatura, o diagnóstico europeu sobre a América que acaba de eleger Donald Trump como seu 45º Presidente é o de um país em falência moral, o que as notícias que nos chegam todos os dias pelos meios de comunicação confirmam. Um povo descrente, descontente e dividido, motivo pelo qual este resultado eleitoral nem sequer surpreende.
                     Musician Bob Dylan playing the guitar in 2010.
  Não escondo que não era a minha escolha nestas eleições, como aqui escrevi (ver "Quarentena", de 31 de Agosto de 2016), mas não entro em estado de negação nem de alarme. A vida é como é, e continua, e as coisas são como são, o choque pode ser positivo para os Estados Unidos. Agora há que estar atento e manter o espírito crítico, porque com esta eleição entramos em terreno potencialmente minado, com novos desenvolvimentos políticos de consequências imprevisíveis.
   A quarentena que impus a mim próprio acaba aqui, com votos de que o novo Presidente cumpra a parte razoável e interessante das promessas que fez durante a sua campanha e exerça com responsabilidade, sem se afastar do sentido da proporção e da justa medida, o cargo extremamente importante e influente para que foi agora eleito.

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